terça-feira, 23 de julho de 2024

Paternidade #4

Saúdo a divindade que habita em ti

Me curvo diante de tua pequenez

Alegro-me com a tua insensatez

Recobro o sentido onde eu existi


E o tempo passa. E o tempo pára. E nós passamos juntos..  mesmo se separados.

Tão conectado, embora assutado, embora perturbado, embora embaralhado.

Tudo me conecta a ti. Tudo te conecta a mim... (também).

Ainda não é seu momento. Ainda não é meu momento... mas em pouco tempo será! (É só esperar).


Te moves no teu mundo me deixando mudo

A contemplar esse interino lar

O que será que há, irás me falar?

A mim, teu ser desnudo


Quando essa 'carta' for publicada, certamente já terás nascido. E eu ido...

Ido de pai a filho, ido de filho a pai. 

Filha! Outra filha! Minha filha!

É tão estranho essa familiar situação, que, embora se repita (comigo) é ao mesmo tempo única (de fato).

Ser pai. Ser filha.

Já és filha. Já sou pai... Já era... e serei... Já eras... e serás... até quando o tempo der...!

Assim como se me deu mais uma oportunidade... nesta idade... para vivenciar

O passo a passo dos seus passos.


E na grande epopeia da minha vida

Um novo presente ainda me espera 

Vivendo escondido, quiçá a quimera

Discerne essa tal familiar desconhecida




Venha bem, minha filha.

Seiheki. Seiheki. Seiheki.

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